quarta-feira, 21 de março de 2012

ONU pede mudanças na demanda e no uso da água no mundo para evitar escassez



Publicado em março 13, 2012 por  
A demanda pelos suprimentos de água no mundo é tão intensa que será necessária uma mudança radical na forma como ela é usada para evitar a escassez, diz um estudo elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado ontem (12). A 4ª edição do Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água, intitulado Gerenciando a Água sob Incerteza e Risco, foi lançado durante o 6º Fórum Mundial da Água, em Marselha, na França.
De acordo com a pesquisa, aumentou a demanda por água para irrigação de cultivos de alimentos, para produção de energia elétrica e para fins sanitários. O documento ressalta ainda que as mudanças climáticas estão reduzindo os suprimentos ao alterar os padrões de chuvas, provocando secas mais prolongadas e o derretimento de geleiras.
O relatório aponta ainda que a Ásia tem cerca de 60% da população mundial, mas conta com apenas um terço da água potável da Terra. O Brasil produz aproximadamente 12% da água doce superficial do planeta e, segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA), o país dispõe de 18% de toda água doce superficial da Terra.
No relatório, são descritas as principais mudanças, incertezas e ameaças que ocorrem no mundo e suas ligações com os recursos hídricos. A publicação também indica as tendências relacionadas ao abastecimento de água, ao uso, à gestão e aos financiamentos.
De acordo com Programa Mundial para o Desenvolvimento da Água, vinculado às Nações Unidas, o objetivo do estudo é buscar alternativas para que todos se envolvam na busca pela melhoria da qualidade e aceitação das decisões sobre o tema.
*Com informações do Programa Mundial para o Desenvolvimento da Água e da BBC Brasil // Edição: Juliana Andrade
Matéria de Renata Giraldi*, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 13/03/2012


sexta-feira, 16 de março de 2012

quinta-feira, 15 de março de 2012

quarta-feira, 14 de março de 2012


II Seminário Internacional Novas Territorialidades e Desenvolvimento Sustentável 2012

O II Seminário Internacional Novas Territorialidades e Desenvolvimento Sustentável integra as atividades do projeto Novas Territorialidades e Desenvolvimento Sustentável, aprovado pela Chamada Pública 001/2010 - Cátedras para o Desenvolvimento do IPEA/CAPES, sob a coordenação da Profª Drª Vitória Régia Fernandes Gehlen, e como patrono o Prof. Dr. Manuel Correia de Andrade.


Link: http://seminariointds.blogspot.com/

quinta-feira, 8 de março de 2012

CINCO ESCLARECIMENTOS SOBRE AGROTÓXICOS, ALIMENTOS ORGÂNICOS E
AGROECOLÓGICOS.*

27 de janeiro 2012.

Na primeira semana de 2012, veículos da mídia de grande circulação
divulgaram informações parciais e incorretas sobre o uso de pesticidas nos
alimentos.

Nós, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida,
contestamos essas informações e, com base no conhecimento de diversos
cientistas, agrônomos, produtores e distribuidores de alimentos orgânicos,
aproveitamos essa oportunidade para dialogar com a sociedade e apresentar
nossos argumentos a favor dos alimentos sem venenos.

1 - O nome correto é agrotóxico ou pesticida e não “defensivo agrícola”.
Como afirma a engenheira agrônoma Flavia Londres: “A própria legislação
sobre a matéria refere-se aos produtos como agrotóxicos.”
E o engenheiro agrônomo Eduardo Ribas Amaral complementa: “Mundialmente
o termo utilizado é ‘pesticida’. Não conheço outro país que adote o termo
‘defensivo agrícola”.

2 - O nível de resíduos químicos contido nos alimentos comercializados no
Brasil é muito preocupante e requer providências imediatas devido aos
sérios impactos que gera na saúde da população.
Voltamos a palavra à engenheira agrônoma Flavia Londres: “A revista se
propõe a tranquilizar a população, certamente alarmada pelo conhecimento
dos níveis de contaminação da comida que põe à mesa. Os entrevistados na
matéria são conhecidos defensores dos venenos agrícolas, alguns dos quais
com atuação direta junto a indústrias do ramo. Os limites ‘aceitáveis’ no
Brasil são em geral superiores àqueles permitidos na Europa – isso pra não
dizer que aqui ainda se usam produtos já proibidos em quase todo o mundo”.
O engenheiro agrônomo Eduardo Ribas Amaral nos traz outra informação
igualmente importante: “A matéria induz o leitor a acreditar que não há uso
indiscriminado de agrotóxicos no país, quando a realidade é de um grande
descontrole na aplicação desses produtos, fato indicado pelo censo do IBGE
de 2006 e normalmente constatado a campo por técnicos da extensão rural e
por fiscais responsáveis pelo controle do comércio de agrotóxicos”.
3 - Agrotóxicos fazem muito mal à saúde e há estudos científicos
importantes que demonstram esse fato.
Com a palavra a Profª Dra. Raquel Rigotto, da faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Ceará: “No Brasil, há mais de mil produtos
comerciais de agrotóxicos diferentes, que são elaborados a partir de 450
ingredientes ativos, aproximadamente. Os agrotóxicos têm dois grandes
grupos de impactos sobre a saúde. O primeiro é o das intoxicações agudas,
aquelas que acontecem logo após a exposição ao agrotóxico, de período
curto, mas de concentração elevada. O segundo grande grupo de impactos dos
agrotóxicos sobre a saúde é o dos chamados efeitos crônicos, que são muito
ampliados. Temos o que se chama de interferentes endócrinos, que é o fato
de alguns agrotóxicos conseguirem se comportar como se fossem o hormônio
feminino ou masculino dentro do nosso corpo; enganam os receptores das
células para que aceitem uma mensagem deles. Com isso, se desencadeia uma
série de alterações – inclusive má formação congênita; e hoje está provado
que pode ter a ver com esses interferentes endócrinos. Pode ter a ver com
os cânceres de tireóide, pois implica no metabolismo. E cada vez temos
visto mais câncer de tireóide em jovens. Pode ter a ver com câncer de mama.
E também leucemias, nos linfomas. Tem alguns agrotóxicos que já são
comprovadamente carcinogênicos.Também existem problemas hepáticos
relacionados aos agrotóxicos. A maioria deles é metabolizada no fígado, que
é como o laboratório químico do nosso corpo. E há também um grupo
importante de alterações neurocomportamentais relacionadas aos agrotóxicos,
que vão desde a hiperatividade em crianças até o suicídio.”


De acordo com o relatório final aprovado na subcomissão da Câmara dos
Deputados que analisa o impacto dos agrotóxicos no país (criada no âmbito
da Comissão de Seguridade Social e Saúde), há realmente uma “forte
correlação” entre o aumento da incidência de câncer e o uso desses
produtos. O trabalho aponta situações reais observadas em cidades
brasileiras. Em Unaí (MG), por exemplo, cidade com alta concentração do
agronegócio, há ocorrências de 1.260 novos casos da doença por ano para
cada 100 mil habitantes, quando a incidência média mundial encontra-se em
600 casos por 100 mil habitantes no mesmo período.
Como afirma o relator, deputado Padre João (PT-MG), “Diversos estudos
científicos indicam estreita associação entre a exposição a agrotóxicos e o
surgimento de diferentes tipos de tumores malignos. Eu concluo o relatório
não tendo dúvida nenhuma do nexo causal do agrotóxico com uma série de
doenças, inclusive o câncer”, sustenta. Fonte: Globo Rural On-line,
30/11/2011.

4 - Não é possível eliminar os agrotóxicos lavando ou descascando os
alimentos já que eles se infiltram no interior da planta e na polpa dos
alimentos.
A única maneira de ficar livre dos agrotóxicos é consumir alimentos
orgânicos e agroecológicos. Não adianta lavar os alimentos contaminados com
agrotóxicos com água e sabão ou mergulhá-los em solução de água sanitária
ou, mesmo, cozinhá-los. Os resíduos do veneno continuarão presentes e serão
ingeridos durante as refeições.
Além disso é importante lembrar que o uso exagerado de agrotóxicos também
faz com que estes resíduos estejam presentes nos alimentos já
industrializados, portanto, a melhor forma de não consumir alimentos
contaminados com agrotóxicos, é eliminar a sua utilização

5 - Os orgânicos não apresentam riscos maiores de intoxicação por
bactérias, como a salmonela e a Escherichia coli.
Segundo a engenheira agrônoma Flávia Londres: “Ao contrário dos resíduos
de agrotóxicos, esses patógenos– que também ocorrem nos alimentos
produzidos com agrotóxicos – podem ser eliminados com a velha e boa lavagem
ou com o simples cozimento”.

A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida recomenda o
documentário “O Veneno está na Mesa”, de Silvio Tendler, totalmente
disponível no site da campanha (www.contraosagrotoxicos.org) bem como todos
os materiais disponíveis na página.
Participe você também nos diferentes comitês da campanha organizados nos
diversos estados do Brasil, para maiores contatos envie e-mail para
contraosagrotoxicos@gmail.com
RIO + 20 !!!




Ex-ministro e negociador na Eco-92 vê dispersão de objetivos em conferência da ONU.

Um grupo coordenado pelo embaixador Rubens Ricupero deve encaminhar ao governo brasileiro um documento criticando a pauta da Rio+20, conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável que acontecerá em junho, no Rio.

De acordo com Ricupero, a organização da Rio+20 está marginalizando o tema ambiental e erra ao abordar vários assuntos relacionados ao desenvolvimento sustentável de maneira desfocada.

Isso significa, por exemplo, centrar a agenda da conferência no debate sobre a possível criação de uma agência da ONU para o desenvolvimento sustentável.

"O Brasil vive insistindo que temos de ver o lado econômico, o ambiental e o social do desenvolvimento sustentável. Mas qual é o foco? Ninguém sabe. O foco é tudo", disse Ricupero durante uma reunião sobre a Rio +0 promovida pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

"Essa abordagem é incorreta. As pessoas não percebem que o ambiente é a condição de possibilidade dos pilares econômico e social. O foco da conferência Rio+20 deve ser ambiental", disse.

Para o embaixador, a agenda da Rio+20 deixa de fora um alerta sobre problemas ambientais urgentes, como a extinção acelerada de espécies por causa de mudanças que afetam o clima.

ERA GLACIAL

"O que nos separa da última era glacial é uma diferença de 5 graus Celsius. Se nós tivermos mais 5 graus Celsius a partir de agora, não sabemos o que vai acontecer."

A movimentação de Ricupero contra a pauta da conferência é simbólica. Ele foi um dos principais nomes da Eco-92, responsável pelo capítulo financeiro do documento resultante da reunião. Ricupero também já foi secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) e ministro da Amazônia e do Meio Ambiente de 1993 a 1994.

O texto contra a Rio+20, de acordo com Ricupero, está começando a ser preparado por ele e por colegas como o físico José Goldemberg, da USP, e o ex-deputado ambientalista Fábio Feldmann.

Antes de ser enviado ao governo, o documento será revisado por cientistas e pelo Fórum dos Ex-Ministros do Meio Ambiente, criado para discutir o Código Florestal.

A ideia é que o texto seja incluído na agenda do encontro no Rio. "Mas, se isso não acontecer, queremos que ele seja incluído no debate da sociedade civil", disse.